Dentro da nutrição esportiva, um dos assuntos que mais crescem e sofrem estudos são os  suplementos alimentares. Costumo dizer que podemos dividir suplementos alimentares em três conceitos. O primeiro seria como um facilitador diário, suplementos que vão ser utilizados para facilitar a vida dos pacientes que tem uma rotina muito agitada e não tem tempo muitas vezes para fazer uma refeição de qualidade, sendo assim, é melhor o paciente consumir, por exemplo, um whey protein do que comer um pão de queijo na rua. A segunda hipótese é como um potencializador de resultados, ou seja, usar um suplemento de maneira estratégica conforme alteração do organismo advinda do exercício para potencializar e acelerar o resultado pretendido. E o terceiro conceito seria como um recurso ergogênico, que significa aumentar a performance no exercício, melhorar rendimento e automaticamente o resultado.

A Beta-alanina entra na classificação de suplemento alimentar que serve como um recurso ergogênico. Seus estudos mais voltados ao esporte ganhou força a partir de 2006. A boa base científica de estudos embasando o uso de Beta-alanina se dá por ela ter se mostrado um precursor na síntese de carnosina.

A carnosina desempenha uma função de tamponamento de prótons, fazendo com isso a redução de fadiga durante o exercício. Além disso, estudos mostram também um papel interessante na redução de ERO (espécies reativas de oxigênio).  Então, podemos presumir que um organismo ao longo do exercício mais resistente a fadiga, automaticamente terá um melhor desempenho no exercício e consequentemente um resultado mais expressivo. As dosagens indicadas na literatura variam de 4-6g/dia, fracionados ao longo do dia e utilizada de maneira crônica.

O aminoácido não proteogênico, que não participa da formação de nenhuma proteína, Beta-alanina, é encontrado também na alimentação em carnes e aves e tem produção no fígado. Uma das principais queixas dos usuários de Beta-alanina está relacionado a parestesia, um certo formigamento, provavelmente ligado a relação de ativação de genes relacionados aos receptores acoplados à proteína G (Mrg) específicos para neurônios sensoriais.

A Beta-alanina tem se mostrado um suplemento bem interessante no uso esportivo e que associado a uma dieta bem elaborada, tem um potencial promissor no desenvolvimento e aceleração de resultados.

 

Nutricionista Lucas Mallmann